TRABALHO DE TEOLOGIA BÍBLICA - 06/08/2019 - UNICESUMAR
Por Daniel Santos
AS
INSTITUIÇÕES DE ISRAEL NO ANTIGO TESTAMENTO
Roland de Vaux
QUESTÕES
DEMOGRÁFICAS
Ciente
das lacunas deixadas pelas Escrituras no que se refere à soma da população de
Israel, Vaux nos apresenta alguns dados. O autor desconfia dos milhões de
pessoas de Êx.12.37-38, Nm.1.20-46, Êx. 38.26, Nm. 3.39 e Nm. 26.5-62 e
acredita ser um exagero que no período do monarca Davi tenha aproximadamente
5.000.000 de pessoas (2 Sm.24.1-9 e 1 Cr.21.1-6).
No
entanto, defende os 800.000 habitantes coletados nos dias do décimo sexto rei
de Israel (Menaém), descritos em 2 Rs. 15.19-20 e em um registro apócrifo, Os
Anais de Seraqueribe. Os tempos mudaram e segundo o censo inglês, em 1931,
(antes da migração sionista), na palestina, havia 1.014.000 habitantes.
OS ELEMENTOS
DA POPULAÇÃO LIVRE
1. A
EVOLUÇÃO SOCIAL
A
“evolução social” na vida do povo israelita está relacionada à passagem do modo
seminômade de viver para a forma sedentária de se relacionar.
Mesmo
debaixo da promessa de uma terra prometida, o povo de Deus, por muitos anos,
iniciando pelo patriarca Abraão, viveu peregrinando sem morada certa.
Todavia,
no período da monarquia, levantaram-se os oficiais e funcionários do rei
impondo suas normas, a fim de romper com a igualdade social e enriquecendo-se à
custa da miséria alheia.
2. OS
NOTÁVEIS
Notados
pelos que os cercavam, esses homens segundo as buscas do autor podem ser: os
anciãos descrito em 1Sm.30.26, chefes de famílias que talvez presidissem uma
espécie de conselho; os príncipes citados em Jó 29.9; os chefes que vemos em
1Sm.8.12, homens que iam à frente de batalhas; os servos que os reis tinham
extrema confiança; (2 Rs. 19.5) e os grandes que são destacados em Jr. 5.5.
3. O
"POVO DA TERRA"
Diferentemente
da plebe, de uma classe social inferior, de camponeses ou de uma espécie de
câmara dos deputados, o povo da terra, segundo Vaux são homens livres, que
usufruem de direitos cívicos em um determinado território. A expressão é usada
por Moisés em Gn. 23.12, quando se referiu aos hititas de Hebrom e por Faraó em
Êx.5.5, em que ele, ironicamente, se dirige aos hebreus.
Na
volta do exílio, com Ageu e Zacarias temos o termo dentro de uma conotação mais
negativa, (Ag. 2.4 e Zc. 7.5), contrastando com o sentido dado por Esdras e
Neemias (Ed. 3.3 - Ne. 9.30).
4. RICOS E
POBRES
Com
a riqueza procedente da terra, não se via diferença patrimonial nos primeiros
tempos da sedentarização de Israel. Eram poucos os que, devido a
comercialização, se destacavam financeiramente.
Os
tempos mudaram e com a ajuda de alguns monarcas se implantou a desigualdade que
resultou em corrupção. E com o amparo da lei descrita em Deuteronômio 15.7
(esmolas) e do mandamento exposto em Levítico 25.9 (Jubileu), argila. A urbanização
fez com que os pequenos quarteirões passassem a ser grandes corporações. A
prova disso são as inúmeras gravações reais (período monárquico), estampadas em
cerâmicas e metais.
8. OS
COMERCIANTES
Mesmo
com o poder de negócio nas mãos dos fenícios, a Bíblia mostra Israel
tardiamente exportando e importando produtos. As exportações estavam sob o
domínio da realeza. Vê-se Salomão trocando produtos de fundição por ouro e
riquezas da Arábia (1 Rs. 9.26-28), comprando cavalos na Cilícia e carroças no
Egito para revendê-los (1 Rs. 10.28-29). Já o povo, como os camponeses,
artesãos e outros eram diretos em seus negócios, sem atravessadores. A regra
era do produtor para o consumidor. Foi somente na diáspora, devido à
necessidade, que os judeus passaram a comercializar os seus produtos fora dos
seus termos (Babilônia).
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
VAUX,
Roland de. Instituição de Israel no Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova,
2004, p. 89-104
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