TEOLOGIA DA PROSPERIDADE, ENQUANTO FENÔMENO
2 Pedro:2.3 E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.
“Conforme aquilo que se diz, se eu for justo sem o parecer, não tirarei disso nenhum proveito, mas sim aborrecimentos e prejuízos evidentes; se eu for injusto, mas gozando de uma reputação de justiça, dirão que levo uma vida divina”¹.
Parece que Adimanto está se referindo à nossa geração, dias em que a hostilidade, vestida de galanteios, canta livremente nas ruas e praças do imaginário coletivo. Nunca foi tão nítida a ideia de que a tecnologia avança na mesma velocidade em que a humanidade decai.
É verdade que a bíblia é o clássico dos clássicos. Por outro lado, obras de arte, como a República de Platão, confirma que O Criador lançou mão de inúmeras pontes para nos alcançar.
Você já se perguntou o porquê que crentes aceitam os seus líderes ostentando uma vida luxuosa, enquanto idosos, crianças e enfermos padecem; e que grandes pregadores são turistas no Egito, na Turquia e em Israel, às custas do rebanho?
Parece tolice, mas esse comportamento expressa a finalidade de seus ministérios.
E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas…
O sistema tem sido tão persuasivo, que é impossível o sujeito imerso perceber que ele é o produto negociado nas mãos dos grandes donos de religião. Lógico, há também os pequenos negociantes, com produtos mais ínfimos, não podemos nos esquecer dessa classe. Afinal, como se dá esse Negócio?
Primeiramente, é preciso a isca; os donos e seus asseclas aplicam as suas releituras bíblicas. Exemplos: enfatizam o medo (vinda de Cristo e o inferno); propõem a barganha (patrocínio e serviços em troca do céu); apresentam um clube (eventos para entreter) seduzem ao sectarismo (somos exclusivos, especiais) entre outras estratégias. E a cereja do bolo, o golpe final para abater o indivíduo, se dá quando sutilmente, atribuem o mérito da experiência que o crente teve em Cristo à instituição religiosa, em outras palavras, a resposta de Deus ao necessitado dependeu do sistema. As seitas evangélicas são bem mais diretas, não são dadas às subliminaridades.
No segundo momento, atenuam o fingimento distribuindo “cargos de importância”, obreiro, presbítero, diácono, ungido, evangelista, missionário, cooperador, 1°,2°,3° pastor, auxiliar, vice, presidente e por aí vai.
Provenientes da Igreja Imperial, esses cargos nada têm a ver com o trabalho desempenhado pela a Igreja de Cristo em Atos, onde o pastor, presbítero, diáconos… eram praticamente a mesma coisa. Pregavam a palavra, assistiam os necessitados, compartilhavam os seus dons (ensino, recursos financeiros, carismas…). Não havia esse esquema hierárquico de poder, onde um preguiçoso astuto é sustentado por pobres miseráveis; os pastores não extorquiam o rebanho, mas se davam, se desgastavam em prol dos demais, o oposto do que temos hoje.
A cristandade atual tem a audácia de escutar pacificamente discursos piedosos sem pesar a fala e o falante. Homens que alegam ser mensageiros de Cristo, comprando jatinhos, mansões, carros de luxo e todo tipo de quinquilharias com palavras fingidas.
Sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.
Juízos como esses, não os comovem porque tanto o céu quanto o inferno são apenas meios para manter o mercado funcionando. Na verdade, se retirarmos somente o inferno da equação, todo o sistema religioso sofre grandes danos. Só ficarão os que usam o sistema como terapia (a sociedade está psicologicamente enferma).
Certa vez, conversando com um patrocinador de sistema, perguntei a ele: por que, mesmo você sabendo que essa seita evangélica é corrupta, ainda permanece nela? A resposta foi: “minha família e eu estamos bem, estamos felizes neste lugar”. Veja como o conceito de evangelho muda quando estamos acomodados. Para ele, a vida com Cristo é bem estar e felicidade, o oposto de tudo aquilo que é Evangelho. Esse motivo não é estritamente desse irmão, a maioria da cristandade desconhece que na relação genuína com O Eterno, felicidade terrena está longe dos objetivos. E a parte ruim dessa morbidez é que terão o mesmo fim de seus gurus.
E você, já foi despertado ou padece desse mesmo mal? O meu convite a você, não é para sair de alguma comunidade de fé, que porventura esteja inserido, absolutamente! Eu te convido à análise; o grupo no qual você faz parte é corrigível, o líder máximo reconhece o próprio erro, tem dificuldades de mudar de rota ou abafa os erros, fazendo deles estilo de vida?
A PERDIÇÃO NÃO DORMITA!
Por Daniel Santos
Referências
¹ PLATÃO, República, Livro l, p. 64.
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