O CULTO SEM GRILHÕES




João: 4.23 Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.


Se estudarmos a história do culto, biblicamente falando, veremos uma progressão ímpar. Digo isso porque o culto não é esse teatro que o mercado religioso cristão nos ensinou. O Culto Verdadeiro é, antes de tudo, interno, apaixonado e despido de qualquer roupagem religiosa. 


Embora haja inúmeras definições, as expressões religio (ato correto) e religare (religar-se) estão relacionadas ao esforço do homem em tocar no sagrado. E sabemos bem, que não é o homem quem sobe, mas é Deus quem desce, isto é, é Deus quem se revela e se faz conhecido. É através do Verbo encarnado, do seu Espírito Santo e por meio de sua palavra. Todo esforço, portanto, não representa nada; o máximo que se pode chegar é à uma divinização do ego, ou seja, o ego do dono da religião ou da cúpula.


Voltando à história do culto…


O FOGO ARDIA NO LAR

O culto teve o seu início no lar (lares, lareira…); o patriarca e seus sucessores (homens) sacrificavam (no paganismo, aos seus ancestrais). Foi assim de Adão a Moisés.


O FOGO ARDIA NO TABERNÁCULO 

De Moisés até Davi o culto se dá numa cabana provisória (montável), mostrando com isso que Deus se fazia presente no meio do povo.


O FOGO ARDIA NO TEMPLO 

De Salomão até Jesus, o culto é processado no templo e O próprio Cristo disse que esse templo (restaurado por Herodes) seria destruído (no ano 70 se cumpriu).


O FOGO ARDE NO INTERIOR DO HOMEM.

Por diversas vezes, o Novo Testamento chamou a atenção do homem para o culto contínuo, orar sem cessar, o coração ardente dos dois discípulos a caminho de Emaús, o derramar do Espírito Santo e a ideia de igreja universal (católica). Onde o crente estiver, o seu corpo é um culto de adoração a Deus.


Acompanhe-me neste raciocínio: Deus fala com o homem, Cristo anda com o homem e O Espírito Santo faz morada no homem. Isto quer dizer que na mensagem geral das escrituras a operação trinitária caminha em direção ao Uno; o próprio Senhor nos deixou claro essa verdade: 


“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João: 17.21).


Mesmo com toda a clareza das escrituras, a sede de poder dos espertalhões e a busca por reconhecimento dos medíocres falaram mais alto. Por isso fomos obrigados a assistir o conceito de igreja fantasiado de instituição religiosa, a aceitar a sua embriaguez com o império romano e a sua triste rendição ao poder político. E nesta queda gradativa, tornou-se impossível pensar a igreja livre dos grilhões do sistema.


Quero concluir, pedindo a você, caro leitor, que reflita a respeito disso. Será que temos pastores e ovelhas como haviam no nascimento da igreja, lá na Judéia?

Os tempos mudaram, eu sei, mas a responsabilidade com o culto aumentou e os princípios e os valores continuam os mesmos. 

Às vezes me pego questionando: se eu sair da minha casa para visitar um lar carente, será que acho uma estalagem para levar o ferido? É óbvio que não! O ferido só será aceito se ele ajudar a mover a máquina do sistema, isto é, a nossa prioridade não são almas, mas manter o mercado funcionando.


Por Daniel Santos 


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